A fenomenologia-existencial é uma abordagem que busca compreender a experiência humana de forma profunda e subjetiva, focando na vivência do indivíduo. Quando se fala sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) sob essa perspectiva, os sintomas podem ser interpretados não apenas como comportamentos observáveis, mas como experiências vividas que afetam a existência do indivíduo.
Os sintomas do TDAH, como desatenção, hiperatividade e impulsividade, podem ser vistos através da lente da fenomenologia existencial da seguinte maneira:
Desatenção:
A dificuldade em manter a atenção pode ser entendida como uma luta interna para encontrar significado e relevância nas tarefas cotidianas. O indivíduo pode sentir-se desconectado do que está ao seu redor, levando a uma sensação de alienação ou falta de propósito.
Hiperatividade:
A necessidade constante de movimento pode ser interpretada como uma busca por liberdade e expressão. O indivíduo pode sentir-se preso em um mundo que não permite a plena manifestação de sua energia e criatividade, resultando em uma sensação de inquietação.
Impulsividade:
A dificuldade em controlar os impulsos pode ser vista como uma batalha entre o desejo de agir e a necessidade de refletir. Isso pode gerar uma sensação de urgência e uma luta interna entre a vontade de se expressar e as normas sociais que restringem essa expressão.
Dificuldades nas relações interpessoais:
A experiência de ser mal compreendido ou rotulado pode levar a sentimentos de inadequação e solidão. O indivíduo pode sentir que sua maneira de ser não é aceita, o que pode impactar sua autoimagem e suas relações.
Frustração e baixa autoestima:
A repetida experiência de falhar em atender às expectativas, tanto as próprias quanto as dos outros, pode resultar em frustração e uma percepção negativa de si mesmo. Isso pode afetar a forma como o indivíduo se relaciona com o mundo e com os outros.
Busca por significado:
A vivência do TDAH pode levar o indivíduo a uma busca constante por significado e compreensão de sua própria experiência, o que pode ser tanto uma fonte de angústia quanto de crescimento pessoal.
considerações finais:
Ao considerar o TDAH sob a perspectiva da fenomenologia-existencial, é importante reconhecer a singularidade da experiência de cada indivíduo e a complexidade de suas vivências. Essa abordagem pode ajudar a promover uma compreensão mais empática e holística do TDAH, além de abrir espaço para intervenções que considerem a totalidade do ser humano.
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